sexta-feira, 7 de dezembro de 2007


Não sei o que quero porque não sei o que posso ter!

Não sei o que fazer porque não sei o que sentir!

Não sei para onde fugir porque sei que te quero encontrar!

Não sei para onde olhar porque só te quero ver!

Não sei o que se passa comigo quando não estou contigo!

Não sei porque tenho saudade de uma coisa que não é a verdade!

Não sei porque te minto mesmo sabendo o que sinto!

Não sei o que escrever porque sei que nunca o irás ler!

Não sei ser EU sozinha porque só contigo sei o que sou!

Não sei o que te dizer porque tenho medo por ti!


Não sei... resta-me esperar e não me arrepender...

sexta-feira, 20 de julho de 2007



Sento-me na mesa escura e procuro encontrar em cada palavra do meu pequeno livro o sentido daquela noite! Leio nas entrelinhas algo que não quero interpretar... tenho medo! Decido novamente fugir... fugir de uma cobardia que é estar parada... desejo ser cobarde o suficiente para conseguir partir e seguir em frente! Mais uma noite em que vagueio, em que voo, em que sonho,... volto a ser pequenina ao olhar curiosamente para cada esquina, volto a ser crescida quando o meu desejo é pensar sobre a vida! Perco-me propositadamente para te encontrar mas não apareces, perco-me por caminhos longinquos e decido acreditar!!! Volto a casa, volto a pensar, volto a ler e pela primeira vez decido interpretar... desenvolvo um raciocinio incoerente mas o mais apetecível de concretizar!
É entao que te procuro, que te confronto, que te encontro e que te digo que sou assim, EU, a despedir-me de ti!

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Fugir...


Quero FUGIR!!! Fugir de um sentimento que me desfoca o pensar....fugir de gente que inocentemente me está a atormentar...fugir da monotonia da minha circunstância e procurar a marginalidade da minha velha infância!
Vou fugir!!! Procurar um lugar...um lugar onde possa ser eu....um lugar onde possa ser eu sozinha....um lugar onde sozinha eu sinta que o "Eu" chega! Vou partir por um caminho, sem sentido, onde apenas a vontade interfira na minha decisão e onde apenas a liberdade do meu coração possa vir a trazer qualquer tipo de razão! Vou fugir....vou correr pelo ar, saltar, vou perfurar uma terra, sentir uma atmosfera, vou esbarrar...esbarrar contra o vento e morrer por dentro! Vou levitar e olhar para baixo....vou ver gente com tudo, gente sem nada e vou ver gente com tudo que contudo não é nada! Vou para casa...decidi...vou reviver um passado que recentemente apenas tenho sonhado...vou pegar nas várias mãos que me acolherão e vou beijá-las...uma a uma...porque em cada mão deixei um dia aberto o meu coração!

terça-feira, 27 de março de 2007

Porque não podes ficar triste...


Após um tempo ausente, perdida entre muralhas irmãs e planaltos esquecidos...eis que volto ao lar, ao local mais recôndito de mim mesma,...ao único sitio em que sinto verdadeiramente a vontade de escrever! Passa o tempo, passa a vida, apenas as amizades não são esquecidas!
Para ti:
Perdão se nem sempre te lembro que estou presente, perdão se nem sempre te agradeço o quão importante és para mim (sempre o foste), perdão por algo que não fiz e perdão por algo que tenha feito! Tu, e só tu sabes quem és, a cada dia que passa me mostras que existem coisas que não mudam, que não passam, que pequenas coisas como o simples sorriso de uma infância se podem prolongar p'ra vida! Mesmo estando longe, consegues ser a pessoa mais próxima de mim, porque por mais perto que estejamos uns dos outros...dificilmente conseguimos desvendar a essência de cada um que nos rodeia...e tu...minha amiga...consegues ler nos meus olhos aquilo que um Mundo não consegue entender por palavras!
Obrigado por aquilo que és, por aquilo que foste e por aquilo que a cada dia que passa lutas por ser!
Não te quero ver triste, não te quero ver sofrer...a vida é um labirinto...antes de encontrares a tua saída irás esbarrar contra muitas paredes...agora só tens de te erguer bem alto, ter coragem para voltar para trás e tentar tudo de novo...tenho a certeza que vais conseguir!

De alguém que não se esquece de ti =) Adoro-te!

segunda-feira, 5 de março de 2007

Vícios!

Mais um dia perdido…um pensamento esquecido…um olhar escondido…um sentimento bem vivo! Procuro encontrar algo que quero esquecer! Estou viciada…não acredito…foi de repente…sem aviso…foi intrometido…incorrecto e fulcral!
Tudo começou com um pequeno sentimento de euforia, adrenalina quando te via…era giro…era fácil…era impossível por isso não havia esperança…estava contente por experimentar esta droga outra vez…sentia-me poderosa e capaz de controlar a situação…essencialmente sentia-me viva e sentia que a vida tinha um sentido!
Continuava a gostar desta droga…decidi procurá-la…sabia que não estava dependente portanto achei que não faria mal cruzar-me novamente com ela por mero “acaso”!
Passaram dias, semanas, meses,…MERDA…onde está a maldita droga? Procurava-a incessantemente dia e noite, a sonhar ou acordada, sozinha ou acompanhada… decidi fugir…enganei o vicio…2 semanas eram o suficiente (achava eu) voltei para a nossa casa, minha e dela, da maldita droga! Estava feliz…acabara de chegar…não procurava nada…apenas a melancolia da noite….MAS…lá estava ela…a maldita droga procurara-me novamente…e eu senti de novo a vida…ESPERA!!!... A droga passou-me ao lado como um pássaro no telhado…corri atrás dela…corri…corri…suei…procurei…chorei…sofri…perdi-me novamente e eis que estou aqui…perdida…vulgarmente esquecida como ser invisível que sou!

domingo, 4 de março de 2007


Saudade

Saudade de me perder

Por saber que alguém me irá procurar!

Saudade de me esconder

Por saber que sempre me hão-de encontrar!

Saudade de velho

Porque mudei por obrigação!

Saudade de correr, saltar, andar, dançar

Sempre sobre o mesmo chão!

Saudade de um odor,

De um caminho,

De um amor!

Saudade da sensação

Da ausência de vida a cada verão!

Saudade da melodia

Que me acordava e que me adormecia!

Saudade de uma criança

Que à minha volta

Me abraça, grita, dança!

Saudade de uma paisagem

Que reflecte na minha memoria

Velhos tempos de Glória!

Porque Coimbra tem mais encanto na hora da chegada!

Vagueio por palavras perdidas no ar...


Vagueio todos os dias nas mesmas palavras…palavras essas que se perdem
no ar! “Olá! Tudo bem?” são frases que repito vezes sem conta ao longo
do dia, da semana, do mês, do ano, da vida… mas quantas vezes espero eu
pela resposta?! Na verdade passo a vida a ser hipócrita, a fingir que
me preocupo com os outros quando no final nem sei como estão! Mas serei
só eu?NÃO !!! Será assim tão difícil dispendermos 5 minutos para saber
se aquela pessoa com quem nos cruzamos diariamente estará realmente
bem?! E quantas vezes não digo eu “Sim, ta tudo bem!” quando nem pensei
na resposta e na verdade está mesmo tudo mal! Enfim… perdemos mais de 5
minutos a olhar diariamente para uma caixinha magica e esquecemo-nos
de olhar 5 minutos para aquela pessoa que tantas vezes nos passa
literalmente ao lado! Tenho saudades do tempo de criança em que
realmente nos preocupávamos uns com os outros… em que não conseguíamos
ver ninguém triste e em que ninguém tinha coragem de ficar triste junto
de nós, do tempo em que havia paciência para nos explicarem o que era
simples… agora já ninguém tem paciência para nos explicar seja o que
for… como por exemplo o amor! Talvez as coisas deixem de ter
explicação, ou talvez sejam apenas os sentimentos que não se expliquem!
Se eu perguntar o que é o amor ao meu irmão que tem apenas 9 anos ele
provavelmente responder-me-á que o amor é o carinho que sente pela mãe,
pelo pai, pela mana, pelosavós, pelo cão, pelo periquito, pelo hamster, pelos amigos, pela Carolina
,…enfim…a verdade é que muito mais facilmente ele sabe o que ama do que
qualquer um de nós que nem sabe o que o outro sente! Como poderemos nós
amar alguém quando nos fechamos num quotidiano apressado que se recusa
a dar espaço à imaginação? Tenho saudades do tempo em que me escondiam
as folhas porque passava o tempo a desenhar, saudade do tempo em que me
escondiam o piano para não tocar às 7h da manha, saudades do tempo em
que ralhavam comigo por saltitar nas poças de agua, saudades do tempo
em que tinha tempo para olhar para as nuvens, saudades do tempo de
criança em que a imaginação era uma virtude…HOJE…a imaginação é o meio
que me leva a abstrair de tudo, que me desconcentra, que rapidamente me
absorve no estudo, na leitura, que me impede de adormecer em mim
própria e me deixa guiar o meu sonho! Prometo que me vou preocupar mais
em ouvir as respostas e que vou estar atenta ao olhar do outro!
Continuarei a vaguear mas desta vez com o olhar…

"É quando nos esquecemos de nós mesmos que fazemos coisas que merecem ser recordadas!"



Há felizes coincidências e pequenos momentos que nos fazem sentir ainda mais pequenos! Este senhor que aparece na foto (e não é a estátua) proporcionou-me momentos mágicos e pensamentos profundos! Tudo começou numa brincadeira em que as minhas amigas começaram com o "Aposto que não és capaz de te ir sentar ali ao pé daquele sr!"...e claro,eu, orgulhosa como sou não perdi tempo e logo me fui sentar ao lado do senhor! Elas riam-se perdidamente e eu ali...sentada...completamente corada...sem saber o que fazer a pedir para que não passasse muita gente...já que facilmente era motivo de gozo! Depressa eu e o sr começámos a conversar...conversámos...conversámos...as minhas amigas foram embora...conversámos...as pessoas passavam...conversámos...eu ouvia...ouvia...simplesmente ouvia...o senhor era meio surdo e na maioria das vezes que eu dizia algo ele não ouvia...portanto eu apenas me limitava a ouvir...a pensar...a orgulhar-me de uma pessoa que conhecia há 5 minutos...admirava a vontade que alguém podia ter em falar...admirava o olhar quente depois de ouvir uma historia tão fria...admirava a esperança em algo completamente perdido...uma neta drogada...um desespero...um futuro perdido por um passado que não deveria ter acontecido...depressa dei mais valor à minha vida...como é que alguém poderia dizer que eu era incapaz de me sentar ao lado de alguém tão "grandioso"...percebi que era uma sortuda por ter sido alvo de uma aposta...continuei a ouvir...o sol batia-nos...era como se nos iluminasse por alguma razao...o vento soprava forte mas não me atingia...aquela estátua...aquela vida protegia-me...uma vida em Angola...uma filha maltratada...ele proprio agredido...mas sobretudo a experiência...quem diria?...será que alguém se sentaria numa estatua por mim?...será que eu própria me sentaria naquela estátua por alguém? Continuo a vaguear em busca da minha propria estátua, da minha oportunidade de que alguém também se admire com a minha historia, nem que seja o pequeno ponto que ainda não encontrei...

sábado, 3 de março de 2007

Vagueando por palavras perdidas no tempo...

Após um dia sem sentido...após momentos perdidos...após conversas achadas e ideias criadas eis que nasce em mim a vontade de vaguear! Peguei nas chaves de casa coloquei-as no bolso direito do meu casaco branco e saí porta fora em busca do sentido, do acaso e do destino! Eram quase sete da tarde, o frio instalara-se em plena avenida e as pessoas eram escassas ao contrário do que acontece durante a maioria dos dias da semana! Num compasso apressado por dentro e lento por fora, olhar fixo no horizonte e pensamento perdido num ponto procuro incessantemente partindo desse ponto desenhar uma linha recta! Procuro...procuro...procuro...ESPERA...afinal procuro algo...vagueio numa procura que me descobre a alma...que me faz despir perante o mundo e me faz esconder perante um ponto! Um ponto, um pequeno ponto insignificante para o Mundo que se pode tornar num destino, num infinito, num desenho, num elemento, num objectivo, num fim, num sonho, em nada, em tudo para mim!
Chego ao cimo da rua e surge a minha primeira dúvida "Direita ou esquerda?" ...rapidamente me decido a seguir em frente uma vez que não tenho qualquer tipo de objectivo além da procura de algo que não devo...portanto...sigo em linha recta! É então que descubro a monotonia...farta de ver um mesmo pano de fundo decido virar à esquerda na próxima esquina! Continuo a vaguear...vagueio em pensamentos...rapidamente me esbato na paisagem...me sinto uma casa, uma rua, uma árvore, uma criança, uma pedra...uma pedra NÃO! Estou demasiado envolvida num sentimento para que me possa confundir com uma pedra...uma pedra dura! Estou demasiado mole, sensível, flutuante, leve...vagueio voando entao...vagueio, voo, vagueio... Continuo o meu caminho por ruas rectas e curvas, por ruas curtas e longas, por ruas bonitas e feias...e por apenas ruas! Continuo sem encontrar o meu ponto mas pelo menos já me livrei da monotonia! Quando encontrar o meu ponto vou-lhe dizer que quero fazer uma linha...mas uma linha curva até ao infinito e prometer-lhe-ei que a seguirei qualquer que seja o seu desenho! Entretanto continuarei à procura do meu ponto...